É preciso saber erguer os braços e arrancar a nuvem que se atravessa e entra pela nossa cabeça.
É preciso ter força para dizer não, não me vou deixar controlar por uma tristeza que me mata e que mata todos os dias os que me rodeiam.
É preciso acordar e conseguir não esboçar um sorriso mas em vez disso soltar uma gargalhada barulhenta, acordar os vizinhos, o marido, o cão e o filho e saber gritar, "a vida pode ser boa". A vida pode ser boa? Que bom saber que há pessoas para quem a vida é boa.
O meu filho é feliz, ele diz a toda a gente que é feliz. Para ele é tão simples ser feliz.
Tenho inveja daquela felicidade, tenho inveja do tempo de há um ano atrás, um tempo ingénuo, um tempo sem brutalidades, sem descobertas feias, sem encontros "sangrentos".
E no meio disto tudo, destes turbilhões, destas desilusões com pessoas que fingem que são o que esperam que os outros encontrem nelas, no meio disto tudo, o meu coração enche-se de esperança, força e até mesmo alegria, naquele pequeno momento em que oiço o meu filho dizer que é feliz.
3 comments:
adorei este teu texto! mas olha, tens um cao?? ;)
estava a generalizar, sim?
:)
bjs, imensos
Vou só dizer mais uma coisa. Não tens que te erguer, nem ser forte quando não tens que o ser sempre. Há momentos em que precisamos dos outros. Quantas vezes não foste tu a dar-me força, e esperança, que tudo melhora. E vai melhorar. Eu sei que sim. E daqui a pouco lá aparece a verinha gozona, saltitona e sorridente. Nada como o tempo...
Leonor
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